Sistemas de classificação e organização Taxonômica dos Seres Vivos
Introdução
A nomenclatura binomial cria um padrão na escrita de nomes científicos, evitando assim a confusão causada por nomes populares.
Carl von Linné, também conhecido como Lineu por nós, brasileiros, apresentou, em 1735, um livro chamado Systema Naturae, onde propôs uma forma de classificação para os seres vivos, bem como regras para a nomenclatura biológica.
As regras propostas por Lineu ainda são utilizadas, entretanto com algumas modificações. Observe abaixo algumas das regras utilizadas para a escrita dos nomes das espécies:
- Todos os nomes científicos devem ser escritos em latim ou latinizados.
- Todo nome científico de espécie é composto por dois nomes (daí o nome: nomenclatura binomial). O primeiro nome deve ter sua inicial maiuscula e diz respeito ao gênero. O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula.
- Subespécies terão nomenclatura trinomial. Exemplo: Papilio thoas brasiliensis.
- Subgêneros são indicados entre parênteses. Eles devem ser escritos também com a inicial maiúscula. Exemplo: Thais (Stramonita) haemastoma.
- Os nomes das espécies devem vir destacados no texto, preferencialmente em itálico. Em casos em que não é possível utilizar o itálico, os nomes podem aparecer sublinhados. O importante é destacá-lo do restante do texto. Exemplo: Solanum tuberosum ou Solanum tuberosum.
- Quando citar o autor, este deve vir logo após o nome da espécie, escrito com letras normais e sem nenhuma pontuação entre a espécie e ele. Exemplo: Caryocar brasiliense Cambess.
- Quando citar o ano da primeira publicação, este deverá vir separado do autor por vírgula. Exemplo: Apis mellifera Linnaeus, 1758.
Classificação dos Seres Vivos
- Reino: Animalia (o homem é um animal, e nesse grupo estão todos os animais).
- Filo: Chordata (possui notocorda - formação da coluna vertebral - no seu desenvolvimento embrionário, e aqui estão todos os vertebrados).
- Classe: Mammalia (seu filhos mamam, e nessa classe estão todos os mamíferos).
- Infraclasse: Placentalia (é um mamífero cuja fêmea possui placenta - mamíferos que não possuem placenta pertencem a outra infraclasse).
- Ordem: Primata.
- Família: Hominidae (dentro desse grupo estão as subfamílias Gorilla (gorilas), Pan (chimpanzés), Ardipithecus (extinto), Australopithecus (extinto) , Pierolapithecus (extinto), Sahelanthropus (extinto), Paranthropus (extinto), Kenyanthropus (extinto), Orrorin (extinto), Homininae (seres humanos).
- Subfamília: Homininae
- Gênero: Homo.
- Espécie: Homo sapiens
A Filogênese dos seres vivos
Filogenia pode ser definida, de maneira simplificada, como a história evolutiva de uma espécie ou de um conjunto de espécies distintas. Podemos comparar o estudo da filogenia com o estudo de uma árvore genealógica. Estudando a filogenia, podemos conhecer os ancestrais de uma espécie e compreender como determinadas características surgiram naqueles organismos.
Árvores Filogenéticas
A história evolutiva de uma espécie é representada pelas chamadas árvores filogenéticas. Nelas é possível perceber onde ocorreram eventos de especiação e quais espécies apresentam uma maior relação de parentesco. Para compreender melhor a ancestralidade comum das espécies, os pesquisadores precisam juntar uma série de informações sobre o organismo, como dados genéticos, bioquímicos e morfológicos.
Nessa árvore acima, percebemos uma série de dicotomias ou pontos de ramificação de duas vias. Nesses pontos de ramificação, vemos que uma linhagem ancestral é responsável por gerar duas linhagens evolutivas diferentes. Em algumas situações, de um determinado ponto de ramificação surge uma politomia (veja o ponto 5), o que significa que, de um ponto de ramificação, mais de dois descendentes são originados. Geralmente, isso indica que as relações evolutivas daqueles grupos ainda não são bem definidas e, em alguns casos, avanços nos estudos dessas relações são responsáveis por resolver essa politomia. Em outras situações, no entanto, a politomia representa a ocorrência de uma série de especiações rápidas, as quais foram responsáveis por gerar mais de duas linhagens.
Estabelecendo Filogenias com Cladogramas
Ao dispor de um grande número de características comparativas, mais confiáveis - anatômicas, embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos interessados na classificação dos seres vivos puderam elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes grupos.
Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig - um cientista alemão, especialista em insetos - passaram a apresentar as características em cladogramas.
Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha, cujo ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De cada nó surge um ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma comparação entre as características primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - compartilhadas por grupos que os sucederam.
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